Este año se cumplen 110 años del nacimiento de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), poeta brasileño nacido en Minas Gerais que vivió desde 1934 en Río de Janeiro. En su décima edición la Fiesta Literaria Internacional de Paraty (ciudad del estado de Río de Janeiro, Brasil) homenajea al poeta con tres mesas dedicadas a su obra. El 29 de junio el diario O Estado de S.Paulo publicó una entrevista de Antonio Gonçalves Filho a Silviano Santiago, uno de los académicos que estará presente en la Fiesta Literaria de Paraty.
Entre las muchas cosas interesantes que Santiago dice sobre Carlos Drummond me gustó esta referencia a su cosmopolitismo:
Basta ler as cartas que, nos anos 1920, envia da província a Mário de Andrade para detectar que, em oposição ao paulista, imerso no nacionalismo pragmático, Drummond teve desde jovem um penchant cosmopolita. São dele – por que não citá-las neste momento de homenagem? – frases que talvez o enrubescessem na idade madura, quando vira menino antigo em Itabira. Em carta de 1924, escreve: “Tenho uma estima bem medíocre pelo panorama brasileiro. Sou mau cidadão, confesso. É que nasci em Minas, quando devera nascer (não veja cabotinismo nesta confissão, peço-lhe!) em Paris. O meio em que vivo me é estranho: sou um exilado. E isso não acontece comigo apenas: ‘Eu sou um exilado, tu és um exilado, ele é um exilado’.” A notar a semelhança dessa passagem com o parágrafo que abre Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda. Dele extraio esta frase sobre o brasileiro e sua herança europeia: “Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”. E Sérgio faz a pergunta definitiva sobre os limites do cosmopolitismo tropical: “Até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros?” Há todo um capítulo sobre os legados nas vanguardas, que está por ser escrito.
En una página web dedicada a Drummond van a encontrar un link a la página de la editorial Companhia das Letras, que tiene un catálogo de sus obras, y un fragmento de O Fazendeiro do Ar (1972) un documental de Fernando Sabino y David Neves en el que el poeta lee y cuenta algunas cosas de su vida. Pueden leer también un catálogo de la bibliografía sobre Drummond de Andrade.