«Pais e filhos» (Renato Russo/Dado Villa-Lobos/Marcelo Bonfá) de Legião Urbana es la segunda canción del disco As Quatro Estações (EMI, 1989), uno de los más importantes en la trayectoria de la banda.

No podría decir con certeza cuando la escuché por primera vez, aunque tengo la vaga idea de que fue después de 1995. La versión que escuché está en vivo en el Disco 2 de Música para acampamentos (1992) y cierra con una versión de «Stand by me».

La letra es hermosa, tal vez por los fragmentos, tal vez por las imágenes, pero fundamentalmente porque me fue diciendo cosas con el tiempo y supongo lo seguirá haciendo.

Por ejemplo, creo que el estribillo (É preciso amar as pessoas / Como se não houvesse amanhã / Porque se você parar pra pensar / Na verdade não há) y sobre todo la última cuarteta me ayudaron a querer un poco más a mis padres y sobre todo dejar de culparlos por mis problemas  (Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo / São crianças como você / O que você vai ser / Quando você crescer).

Hoy los últimos dos versos tienen un significado especial. Hace unos años los escuchaba como una pregunta: ¿Qué vas a ser vos cuando crezcas? Pero hace un año y dos meses nació mi hija Maite. Ahora estoy de los dos lados del título de la canción. Soy padre e hijo. Mi compañera María José está escribiendo un blog con un nombre significativo Madre se aprende y un subtítulo que refuerza aun mas esa idea: Porque nadie nació sabiendo. Los dos, cada uno a su modo y en conjunto, vamos haciendo el aprendizaje de ser padres. Por eso el cierre de la canción y versos como: «Você me diz que seus pais não te entendem / Mas você não entende seus pais», empiezan a decir cosas muy distintas a las que oía en los años noventa.

Todo eso hacen las canciones de la Legião en mí. Los dejo con la letra completa:

 

Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender

Dorme agora
É só o vento lá fora

Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três

Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim

Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar

Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

Sou uma gota d’água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer